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Preparando os filhos para a vida

Não há pais que queiram errar com os filhos; pelo contrário, por medo de errar é que acabam errando, pois não estabelecem limites. Só um erro não traumatiza; o prejudicial é os pais frequentemente deixarem de agir quando necessário. Uma atitude adequada tomada em relação ao filho nem sempre é percebida na hora, e sim pelos resultados que se observam ao longo do tempo. Educar dá trabalho é preciso antes de tudo se auto-educar, ter constância e congruência, dedicar-se por muito tempo, mas os bons frutos observados através da formação de um ser humano sadio, equilibrado e feliz compensam.
A grande vantagem de o ser humano nascer sem saber nada e que pode aprender tudo. É muito importante ter uma meta em relação à educação dos filhos e perguntar-se sempre: “Que tipo de ser humano eu pretendo formar? O que eu espero com a educação que dou aos meus filhos? Quais valores estou transmitindo?” A família é o referencial para o crescimento e desenvolvimento dos filhos. A falta de sintonia entre os familiares é indício de grave doença relacional.
A criança cresce e se transforma em adolescente; é uma época de grandes mudanças, onde perde a imagem mental do corpo físico e psíquico, perde a identidade da infância, dos pais como os via na infância, então, vive a identidade grupal. Quer se destacar, ser admirado, é crítico. Muitos adolescentes não conseguem atingir esses objetivos, indo para o “último lugar” ( como vícios, drogas, comportamentos inadequados) buscando de uma forma negativa esse destaque.

É muito importante a troca afetiva entre pais e filhos, faz com que desenvolvam a sensação de pertencimento. A família deve ser como uma equipe, onde um ajuda o outro nas suas dificuldades, sempre tentando colaborar para a vitória de todos. Sentir que pertence ao grupo familiar, onde é aceito e amado, faz com que o adolescente não tenha necessidade de pertencer a grupos perigosos como: usuários de drogas, seitas fanáticas, e outros. Numa família bem estruturada, a individualidade de cada um é preservada, há respeito, clareza e sinceridade. Os problemas e obstáculos da vida se transformam em momentos de crescimento, onde os pais ensinam os filhos a lidarem com as dificuldades com naturalidade, sempre tentando dar o melhor de si para superá-las.

O bom humor e a alegria são fundamentais no relacionamento familiar, facilitando o convívio e aproximando pais e filhos. Elogiar os aspectos positivos, ressaltar qualidades, fortalece a auto-estima que é a base da verdadeira felicidade. O adolescente precisa sentir-se aceito, compreendido e amado. Esse amor, que vem de fora (dos pais) para dentro vai se transformar em auto-estima. À medida que o filho cresce, a auto-estima se alimenta da capacidade de realização, devendo ser estimulado a fazer o que já sabe sozinho e ser reconhecido por isso. Ao fazer pelos filhos o que eles já são capazes de fazer, os pais alimentam uma falsa alegria e inviabilizam o desenvolvimento da capacidade de ser feliz.

Ajudar os filhos a expressar seus sentimentos, evita distúrbios fisiológicos e psicológicos. O adolescente é mais sensível, emotivo, os hormônios estão em pleno funcionamento, trazendo mudanças físicas e emocionais e, mais do que nunca, os pais precisam ouvi-los. O “sim” só tem valor para quem conhece o “não”. É fundamental estabelecer limites na educação dos filhos, para que eles saibam que são verdadeiramente amados e protegidos. Os limites devem ser colocados com clareza, de forma séria e segura. O que educa é desde cedo mostrar que tudo o que fazemos ou deixamos de fazer traz uma consequência, ou seja, se você faz o bem ou o mal, se estuda ou não estuda, ama ou odeia, trata bem as pessoas ou não, etc. tudo isso traz consequência que volta para você mesmo. Por isso é melhor pensar bem antes de decidir, por exemplo, furar o corpo com pearcings, tatuagens, etc. porque a moda passa, mas as marcas no corpo ficam.

Hoje, os psicólogos de recrutamento e seleção não contratam pessoas influenciáveis; pelo contrário, na entrevista são valorizados pontos como: participa de trabalho voluntário? Ongs? Pratica esporte? Etc...
É fundamental educar criando valores como respeito, dignidade, integridade, sinceridade, reciprocidade, perdão, cidadania, ética, preservar o mundo em que se vive (desde o seu próprio quarto), respeitar a natureza, os animais, o meio ambiente, desenvolver amor ao próximo, envolver-se em atividades sadias como prática de esportes, grupos e campanhas de solidariedade. Essas são realmente as maiores armas contra toda e qualquer droga.

Educar para a vida é preparar os filhos para lidar com frustrações e vencer obstáculos. É ter objetivos, saber diferenciar entre: “o que realmente me faz bem, de que eu preciso?” De: “É gostoso, todo mundo usa ou faz?” Os posicionamentos familiares que predispõem o adolescente a usar drogas são:
- Extrema liberdade: Os pais deixarem os filhos fazerem tudo o que querem.
- Acreditar que o gostoso sempre é bom: Ex.: Trocar uma refeição sadia por um lanche calórico, por ser mais gostoso. O adolescente não pode fazer simplesmente o que tem vontade, deve ser ensinado a administrar suas vontades para se proteger, cuidando assim da sua própria segurança.
- Não ter obrigações a cumprir: Os filhos precisam aprender a ter responsabilidade com seus pertences, seus estudos, local onde moram, família, amigos, etc.
- Ser egoísta: É fundamental que o filho saiba que a vida não é só dele, ele está ligado a uma família, aos amigos, ao grupo social. Os pais devem exigir reciprocidade; assim como os pais se preocupam e fazem tudo pela felicidade do filho, este também deve se preocupar com os pais. Usar drogas é uma atitude egoísta, pensar que ‘’ A vida é minha e faço dela o que eu quero” é um grande engano. Esse tipo de posicionamento do jovem mostra desvinculamento familiar, pois na verdade o jovem deveria pensar “Não uso drogas porque não quero prejudicar a mim nem aos que eu amo”.
- Ser altamente influenciável pela moda: Tudo tem um limite, e a moda também; não existe um padrão; é preciso ressaltar a individualidade.
- Falta de ética: Quem tem ética respeita tanto o outro como a si mesmo.
Os pais são os maiores educadores de seus filhos e, quando pais e escola se unem num mesmo objetivo, o resultado com certeza é o melhor: seres humanos muito mais felizes!

Fonte: Maria Cristina Malimpensa Mariana - Psicóloga - CRP 06/19421 - www.clinicamcm.com.br