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Férias escolares e o relacionamento familiar

1-) O que você sente quando ouve esta frase: “Férias Escolares?”
O ideal nem sempre é possível: Os pais também estarem de férias.
Precisamos resgatar o maior valor: A família, os laços afetivos, os relacionamentos.
Férias: hora de arrumar armários e organizar tudo, é também hora de arrumar os relacionamentos, consertar laços afetivos, fazer uma faxina jogando fora velhos hábitos e padrões que não dão certo. Os filhos crescem, os pais se modificam. É importante permitir que os filhos cresçam, pois inconscientemente podemos impedir que passem para a fase seguinte, dificultando seu desenvolvimento e criando filhos com imaturidade emocional.
Quando os filhos crescem, (e quando são pequenos também), é hora de olharmos para dentro de nós mesmo e, nos conhecermos melhor, perguntando: “Além de mãe ou pai, o que mais posso fazer por mim mesmo? E para o mundo? Do que gosto? Do que preciso para ser feliz? Como sou? Etc.” É preciso então começar!

Vamos realizar uma auto-avaliação respondendo:

O que pretendo nas próximas férias para melhorar meu relacionamento com meus filhos? Vamos agora nos dar uma nota de 0 a 10 para as seguintes questões?
1- Sou paciente com meus filhos?
2- Consigo compreendê-los?
3- Sei quais são suas necessidades atuais?
4- Converso com meus filhos diariamente?
5- Qual a matéria que ele sente mais facilidade na escola?
6- Qual a matéria que ele sente mais dificuldade?
7- Qual seu melhor amigo?
8- Qual a pessoa que mais o desagrada?
9- O que ele tem comido de lanche na escola, qual o lanche que ele mais gosta? E o que menos gosta?
10- Qual seu passatempo preferido?
11- Se ele joga vídeo game, qual seu jogo preferido? Porque ele gosta tanto desse jogo? Qual o objetivo desse jogo? O que ele tem aprendido com esse jogo?
12- Se ele gosta muito de computador, como ele usa o computador? Do que ele mais gosta? Conversa com amigos? Que amigos? Jogos? Que jogos? Sites? Que sites?
13- E na TV o que ele assiste? Qual sua preferência?
14- Qual é o seu maior desejo?
15- Qual foi a situação que mais o desagradou?
Agora some os pontos e divida por 15 e veja qual foi sua média.
2-) Como conviver melhor com nossos filhos?
Em todas as idades podemos aproveitar melhor esses momentos com nossos filhos, e isso não depende da condição financeira, podemos ir a parques públicos, praças, clubes, temos teatro e cinema gratuito de boa qualidade, programação em bibliotecas públicas e na secretaria da cultura. Em casa, podemos tirar os jogos e os brinquedos do armário, podemos desenhar, pintar, fazer esculturas com argila, massinha, trabalhos com sucatas, ir juntos para a cozinha fazer bolos, bolinho de chuva, contar estórias, criar estórias juntos, escrever e fazer ilustrações de um livro de estórias, ensinar as brincadeiras de nossa infância, assistir filmes e comer pipoca, chamar amigos, vizinhos, primos para um café da tarde, e mais uma infinidade de atividades, depende só da nossa imaginação e criatividade. Viajar é muito bom e necessário, nem que seja um final de semana, ou até mesmo um dia, um piquenique ou algo diferente. Dormir na casa de amigos, primos, parentes ajuda na independência, e ajuda também no relacionamento do casal, que pode aproveitar esses momentos para passear e namorar. Quando os filhos são adolescentes, não querem mais sair com os pais, se afastando gradativamente é hora de mudarmos, acompanhando-os de outras formas, conhecendo melhor seus amigos, chamando-os para nossa casa, levando-os para viajar, conhecendo suas famílias. Conhecer, sem criticar, (de início é apenas conhecer, para depois orientar) seus gostos e preferências em relação a tudo: músicas, internet, tipo de roupas, estilo, etc. É preciso criar desde cedo, o vínculo de confiança, afeto e respeito no relacionamento entre pais e filhos. Os filhos precisam entender que os pais querem sempre o melhor para eles. Os pais precisam aprender que os filhos não pensam necessariamente como eles, pois tem sua própria personalidade e individualidade e que não são propriedade dos pais. Então começa a difícil tarefa de educar, transmitir valores, limites, ensinar sobre o que é certo e o que é errado, ensinar sobre a vida, porém respeitando a individualidade de cada filho. Para isso precisamos estar bem resolvidos em relação aos nossos problemas, seguros e equilibrados. Os filhos precisam entender que precisamos de regras para viver em grupo e a família é um grupo, é necessário ter horário para desligar o computador, que não pode substituir o convívio entre os membros da família. É preciso preservar os horários de alimentação em família, e horário de sono. (Nas palestras com adolescentes, ouço alunos falarem ter ficado 20 horas seguidas no computador, e todos concordam que não sentem fome quando estão no computador). Para “competirmos” com o computador, precisamos nos modificar, modificando nossos relacionamentos familiares, resgatando a proximidade da família, valorizando o afeto, o diálogo, as brincadeiras em família. Houve um tempo onde as famílias pegavam a viola, cantavam, ficavam em grupos nas calçadas. Hoje os grupos são no computador, é sadio e proveitoso desde que não haja excesso e que não substituam as ligações afetivas da família. Os pais precisam aprender a lidar com os novos desafios da educação. O computador e a internet são ferramentas maravilhosas da evolução do mundo e existem para auxiliar no progresso da humanidade e não para destruir relacionamentos. É preciso que os pais continuem em suas funções de pais, orientando, ensinando e colocando limites com amor e carinho. Muitas crianças e jovens contam ouvir brigas dos pais, enquanto estão no vídeo game ou no computador. Muitas vezes os problemas dos adultos são tantos, ou para alguns pais os filhos dão tanto trabalho, que preferem que eles fiquem frente a frente à “telinha”, pois assim ficam quietos. É preciso conhecer o universo de cada filho, saber quais são seus problemas e preocupações, participar no sentido de fazer parte, orientar, transmitir valores, tudo com muito amor.
3-) Relacionamento entre irmãos:
Os filhos disputam o amor dos pais. Devemos mostrar que cada filho é único, é especial, é diferente. Ressaltar em cada um o que ele tem de melhor, trabalhar a individualidade desde cedo. Jamais comparar ir um irmão com outro irmão ou com seus primos, ou com seus amigos. Ensinar os filhos a expressarem seus sentimentos negativos de forma canalizada, através de palavras e não de agressões. Mostrar o que pode e o que não pode. Exemplo: “Não é permitido agressões nesta casa!” (cuidado com seu exemplo). Os pais não devem agir como juízes, dando razão a um ou outro filho, mas entender que cada um tem o seu modo de ver. Devem mostrar isso a eles, pedindo que expressem seus sentimentos e entrem num acordo e entendimento. A raiva passa, o amor fica.
4-) Cuidado com manias perigosas:
Figurinhas agressivas que tem nomes de figuras de terror, filmes de terror, filmes de sexo, músicas que induzem ao uso de drogas, marcas onde trazem embutidas seitas de bruxarias. Os pais devem estar atentos.
5-) Filhos de pais separados:
Mostrar que os pais continuam para sempre sendo mãe e pai, mesmo morando cada um em uma casa. Continuar participando da vida do filho. Jamais usar o filho para atingir um ao outro. Ter um momento nas férias para estar com cada um. O que traumatiza a criança não é a separação, e sim a forma como os pais se relaciona, sejam morando na mesma casa ou em casas diferentes. O importante é ter equilíbrio e respeito mútuos, assim garantiremos o desenvolvimento sadio de nossos filhos.
6-) As vezes precisamos de ajuda:
A Psicologia é uma ciência que existe para ajudar as pessoas a se relacionarem melhor. O ser humano é bem complexo, e às vezes precisamos de ajuda para nos conhecermos melhor, crescemos interiormente e evoluirmos em busca de nosso equilíbrio e paz interior. A família é, e continuará sempre sendo a base de nossa felicidade e bem estar interior. Nos momentos de crise conjugal, antes de pensarmos em uma separação precisamos buscar soluções para melhorar o relacionamento. Hoje com a evolução da Psicologia temos a psicoterapia de casal, a psicoterapia do grupo familiar, e a psicoterapia individual. Somente quem é verdadeiramente forte é que reconhece quando precisa de ajuda.

Fonte: Maria Cristina Malimpensa Mariana - Psicóloga - CRP 06/19421 - www.clinicamcm.com.br